Ex Machina: Instinto artificial |
Vamos lá, mais uma ficção científica. Desculpem a repetição do gênero,
mas não poderia deixar de indicar este filme diferenciado e um dos melhores de
2015. Diferente dos outros filmes que se auto intitulam ficção, e na verdade
são filmes de ação recheados de efeitos, este atinge o gênero na sua essência,
explorando os conceitos, as ideias e as possibilidades.
Jovem talentoso programado de computadores é selecionado pelo CEO da sua
empresa para passar uma semana com ele realizando testes com sua mais nova e
confidencial invenção. O presidente da empresa Nathan (Oscar Issac) vive
recluso em uma moderna casa no meio de uma floresta, Quando Caleb (Domhall
Gleeson) chega, descobre que Nathan está envolvido em um grande experimento
de IA(Inteligência Artificial) e deseja que ele realize o teste de Turing com
sua máquina. O teste de Turing testa a capacidade de uma máquina exibir
comportamento parecido ao de um ser humano. O teste é realizado em sessões de
conversas entre Caleb e uma robô. Se a máquina conseguir convencer que seu
comportamento é bastante similar ao de um ser humano, ou se este não conseguir
perceber que está diante de uma máquina programada, diz-se que a máquina passou
no teste e que ela possui um pensamento próprio. O fato de Nathan ser bilionário
e ter usado os dados gravados de milhares de usuários da Internet para entender
o comportamento humano, e usar este grande banco de dados de comportamento na
criação da Inteligência Artificial, lembra o Google e Mark
Zuckerberg (Facebook ). Ava (Alicia Vikander) exprime tanta
sensualidade e vivacidade a personagem que deixa a plateia imersa e
participando junto no teste. O filme exige bastante atenção para não perder os
detalhes e assim não se tornar um filme mais simples, pois não é.
Em termos de fotografia é um assunto à parte: um deleite visual que
parece um comercial da Apple, Mas, na minha opinião os diálogos
surpreendentemente interessantes são a principal característica do filme. Os
dois protagonistas são inteligentíssimos e discutem em meio as suas diferenças
(Nathan faz o sujeito mais cool, gosta de malhar e beber, já Caleb tem o perfil
mais inocente e nerd), assuntos que vão desde a sexualidade ser parte inerente
do ser humano, e portanto, necessária para que um androide alcance tal nível de
inteligência a questões científicas, literárias e morais.
Por todos esses aspectos, Ex Machina é um filme
que não pode deixar de ser visto para quem gosta de sair da zona de conforto
dos filmes comuns, pois prende a atenção e deixa margem para reflexão, até a
próxima!
Blade Runner, clássico do gênero |
Como de costume, gosto de relacionar os filmes comentados com outros que
tratam de assuntos semelhantes. Neste caso fazendo um rápido apanhando pensei
em Blade Runner e Ela. No primeiro,
filme de Ridley Scoptt, baseado em livro de Philip K Dick,
a ideia era tentar identificar um andróide disfarçado de homem comum. Já em Ela,
Theodore (Joaquim Phonix) é um escritor solitário, que acaba de comprar
um novo sistema operacional para seu computador. Mas, para sua surpresa, ele
acaba se apaixonando pela voz deste programa. Esta história incomum explora a
relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.