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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O Estado das Coisas - Um Ben Stiller diferente

Ben Stiller é um ator versátil e além de enveredar por outros papeis além das comédias, dirige e produz filmes bem interessantes Já faz algum tempo que acompanho alguns deles, como: "A Vida Secreta de Walter Mitty", "O Solteirão e Enquanto Somos Jovens". Com exceção de "A Vida Secreta de Walter Mitty" (excelente), os filmes são mais realistas, pois lidam com típicos problemas do dia-a-dia sem grandes floreios de forma que nos identificamos com os percalços dos protagonistas imediatamente. De certa forma acreditamos nos personagens e juntos a eles dividirmos os seus sentimentos. 

Nesta resenha vou falar do seu mais novo filme, "O Estado das Coisas".





Neste mundo que compartilhamos nossas vidas nas redes sociais e acompanhamos muitas outras também, a inveja e comparação podem vir juntas. Uma visão sutil, cômica e melancólica desta comparação e como isso se tornar uma armadilha nas nossa vidas é um dos tópicos abordados no longa. Um adulto de meia idade, Brad (Stiller), sai em companhia do filho para entrevistas em conceituadas universidades, seguindo um típico roteiro das famílias americanas. Brad vive uma crise existencial onde acha que perdeu o bonde da vida e é um fracassado, diferente dos seus antigos colegas de faculdade que se tornaram pessoas bem sucedidas. Seu filho, um brilhante aluno que na sua ingenuidade ainda não sabe exatamente onde sua vida irá e,  por enquanto, persegue o que gosta no momento. É neste diálogo por vezes curto entre pai e filho no confronto do novo com o velho,  experiências vividas e as que ainda estão por vir, que surgem as melhores questões e debates. A lamentação de Brad por sua vida "normal" e descontamento onde chegou é contínuo. E, enquanto ele vislumbra na vida dos outro uma melhor pode estar deixando de perceber ao seu redor. Parece clichê, mas o filme não segue o obvio onde tudo acaba maravilhosamente. Não é um filme maravilhoso, podemos até considerá-lo como simples, mas duvido que alguém não se sinta tocado, especialmente se for pai de um jovem.