Após
assistir a mais um filme Argentino estrelado por Ricardo Darín (A Aura), resolvi escrever sobre esse
ator que se confunde com o próprio cinema porteño. Se a Argentina já celebrou o
cantor de tango Carlos Gardel, o
jogador Maradona e Evita Peron, porque não incluí-lo nesta
lista? Bem, apesar de outros ótimos filmes argentinos (Plata queimada, O abraço partido,
Medianeras,,...) surgirem, Ricardo
Darín está presente em muitos e recebe uma divulgação melhor, além de não
deixar a qualidade cair em quase todos. A partir de bons roteiros retirados de
situações por vezes cotidiana, são extraídas boas histórias. São inúmeros
filmes, e aqui vou citar somente alguns da minha lista que assisti que vai
servir de aperitivo para mais outros que podem ser descobertos.
A Aura
Triller psicológico que conta a história de Esteban Espinosa (Ricardo Darín), taxidermista meticuloso
que passa os dias isolado em sua oficina. Por trás da sua vida pacata, Espinosa
tem um grande sonho de poder planeja e praticar o crime perfeito. Em uma viagem
junto com seu amigo à Patagônia, com o objetivo de caçar, acidentalmente
Espinosa se envolve em um crime. A partir daí uma troca de identidade e a
possibilidade de realizar seu desejo se torna possível, mas com isso ele flerta
com o perigo iminente ao se envolver cada vez mais com as pessoas erradas. O ritmo por vezes lento com
poucos diálogos não deixa de prender a atenção, vale a pena.
Disponível em:
Nove Rainhas
Um dos
primeiros dos seus filmes a fazer sucesso fora da Argentina e também o primeiro
que vi deste ator. Recebeu uma versão americana chamada de 171, mas esqueçam, vejam
o original. Marcos (Ricardo Darín) e Juan (Gastón
Pauls) são dois picaretas que estão prestes a dar o golpe de suas vidas. Resolvem
se unir para participar de uma negociação milionária, envolvendo uma série de
selos conhecidos como "Nove Rainhas". Um milionário
espanhol está interessado em comprar a série, mas como deixará a cidade ao
amanhecer o negócio precisa ser realizado imediatamente. Imprevisível e
divertido, uma grande surpresa.
Sétimo
Este suspense não é unanimidade no currículo de Darín, mas com sua curta
duração e um clima de mistério deve angariar adeptos. Todos os dias,
Sebastián (Ricardo Darín) e seus dois
filhos, Luna (Charo Dolz Doval) e
Luca (Abel Dolz Doval) fazem a mesma
brincadeira. Eles apostam quem vai do sétimo andar ao térreo de forma mais
rápida: o pai, no elevador, ou as crianças, de escada. Sebastián sempre ganha o
jogo, mas quando, um dia, seus filhos desaparecem durante a
"corrida", sem deixar pistas, ele não vai medir esforços para
recuperá-los.
O Segredo dos Seus Olhos
Este sim
"o filme" de Darín e do
cinema contemporâneo argentino. Oscar de melhor filme em 2010, um filmaço, que
também teve recentemente uma versão americana estrelada por Julia Roberts. Vou dizer aqui com toda
franqueza: não assistam a versão americana primeiro, isso não é discurso de crítico, mas
sim, a oportunidade de curtir a melhor versão sem saber o final. Como de
costume vou ser lacônico para não dizer muito sobre o filme e estragar
surpresas. Ricardo Darín é Benjamim
aposentado recentemente do cargo de oficial de justiça de um tribunal penal.
Ele agora se dedica a escrever um livro. Benjamin usa sua experiência para
contar uma história trágica, a qual foi testemunha em 1974. Na época o
Departamento de Justiça onde trabalhava foi designado para investigar o estupro
e consequente assassinato de uma bela jovem. É desta forma que Benjamin conhece
Ricardo Morales (Pablo Rago), marido
da falecida, a quem promete ajudar a encontrar o culpado. Para tanto ele conta
com a ajuda de Pablo Sandoval (Guillermo
Francella), seu grande amigo, e com Irene Menéndez Hastings (Soledad Villamil), sua chefe imediata,
por quem nutre uma paixão secreta. Como "O Paciente Inglês",
duas ótimas histórias em paralelas ligadas a mesma trama, não percam!
Disponível em:
Tese Sobre um Homicídio
Tem para todos os gostos: neste aqui, um filme policial num cenário
acadêmico, com um professor de Direito Criminal investigando. Roberto
Bermudez (Ricardo Darín) é um
especialista em Direito Criminal que ministra um curso bastante reconhecido.
Uma nova turma está prestes a iniciar as aulas e entre os alunos está Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho
conhecido do professor. Gonzalo trata Roberto como um verdadeiro ídolo, o que
incomoda o mestre. Já com as aulas em pleno andamento, um brutal assassinato
ocorre perto da universidade. Roberto logo demonstra interesse no caso e, ao
investigar os detalhes, passa a crer que um dos seus alunos seja o autor do
crime e esteja desafiando-o a um jogo de inteligência.
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Um Conto Chinês
O escritor russo Leon Tolstói citou “Não há grandeza quando não há
simplicidade.” Pois é esta palavra que tiramos deste singelo filme:
simplicidade. Roberto (Ricardo
Darín) é um argentino recluso e mau humorado. Ele leva a vida cuidando de
uma pequena loja e tem o hobbie de colecionar notícias incomuns. A comodidade
de sua vida é interrompida quando ele encontra um chinês (Ignacio Huang) que não fala uma palavra de espanhol. O imigrante
acabara de ser assaltado e não tem lugar para ficar em Buenos Aires.
Inicialmente relutante, Roberto acaba deixando o asiático viver com ele e aos
poucos uma amizade improvável vai se construindo. Um filme leve e agradável de assistir que mostra que na simplicidade da vida deixamos passar bem na nossa frente grandes momentos.
Elefante Branco
O padre Julián (Ricardo Darín) e o padre Nicolás (Jérémie Renier) trabalham ajudando os
menos favorecidos na favela de Villa Virgen, periferia de Buenos Aires. O local
é um antro de violência e miséria. A polícia corrupta e os próprios sacerdotes
da Igreja nada fazem para mudar essa realidade e os dois clérigos terão de por
suas próprias vidas em risco para continuar do lado dos mais pobres. Retrata a
miséria argentina, por vezes cenários e situações bem parecidas das que
encontramos aqui no Brasil.
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