Desta vez vou falar de dois filmes que assisti recentemente: o primeiro em casa, Julieta, e o segundo no cinema, A Garota no Trem. Me chamou a atenção que em ambos as protagonistas são mulheres e o elenco de apoio idem, e todas exercendo papeis marcantes nas tramas.
Julieta é o mais novo trabalho de Pedro Almodóvar, cineasta espanhol no qual sou fã. Para citar os seus grandes trabalhos temos: Matador, Fale com Ela, Carne Trêmula, A Pele que Habito e Tudo Sobre Minha mãe, quase todos com as mulheres em evidência, a sua marca registrada.
Este último pode não ser um dos seus melhores, mas não deixa de ser uma obra diferenciada e charmosa. A música flertando com thrillers de suspense, as cores, as locações, tudo é milimetricamente encaixado. A vida de Julieta (Emma Suárez e Adriana Ugarte) é mostrada em dois momentos, quando ela era mais jovem e depois com meia idade. O filme inicia com uma mulher interrompendo planos com o namorado após um encontro fortuito na rua com Beatriz, amiga da sua filha. Num piscar de olhos somos levados para seu passado, a fim de explicar a origem de toda trama. Presente e passado se intercalam em uma natural harmonia que parece que somos transportados para cada tempo. Almodóvar foge do habitual e do obvio quando move o filme por caminhos menos tradicionais, fugindo dos clichês. Um filme para se contemplar nos detalhes, porque são neles que muitas coisas são explicadas. Apesar de ser uma obra que não figurará nos seus melhores trabalhos, não deixa de ser um belíssimo filme e reafirma o seu talento na condução de sentimentos femininos.
Julieta, a história de uma mulher
Disponível em: PlayStation.Store, Looke e NOW
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Emily Blunt - a procura da felicidade |
Disponível em: cinemas
Ainda em cartaz
no cinema está A Garota no
Trem. Confesso que fiquei bem interessado nesta trama que se baseia no
livro sucesso de mesmo nome escrito por Paula
Hawkins. Além
de contar com a inglesa do momento, Emily
Blunt, que está no imperdível Sicário.
Emily é
Rachel, alcoólatra e deprimida que sofre de um divórcio recente. Todos os dias
ela viaja de trem e fica fantasiando sobre a vida de um jovem casal que ela
vigia pela janela. Porém, certo dia algo de anormal é presenciado por Rachel e
daí então realidade e delírio se confundem em uma trama policial. O filme
percorre o ponto de vista de três mulheres Rachel (Emily Blunt), Megan (Haley
Bennett), uma recém-casada que mora ao lado da ferrovia e por fim temos Anna (Rebecca
Ferguson). Todas de alguma forma estão ligadas e carregam um fardo do passado.
A condução é liderada por Emily Blunt, que dá um ar realista ao sofrimento
e alcoolismo de Rachel, mostrando todas as fraquezas que uma pessoa passa ao
conviver com esses problemas. Achei o uso de flashbacks excessivos e senti
também a falta de uma direção mais firme no suspense. Contudo, vale sim o
ingresso e o programa, para tentar desvendar o mistério e se contemplar com o
elenco feminino que decola, deixando os homens como meros coadjuvantes.
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